sexta-feira, 29 de abril de 2011

João Paulo II- Dia da Divina Misericórdia


O QUE O SANTO PADRE, O PAPA JOÃO PAULO II FALOU SOBRE A MISERICÓRDIA DIVINA:



Celebramos o segundo Domingo de Páscoa, que desde o ano passado, ano do Grande Jubileu, também é chamado Domingo da Divina Misericórdia. É para mim uma grande alegria poder unir-me a todos vós, queridos peregrinos e devotos provenientes de várias nações para comemorar, à distância de um ano, a canonização da Irmã Faustina Kowalska, testemunha e mensageira do amor misericordioso do Senhor.


"Não temas! Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive; conheci a morte, mas eis-Me aqui vivo pelos séculos dos séculos" (Ap 1, 17-18).


Ouvimos na segunda leitura, tirada do livro do Apocalipse, estas palavras confortadoras. Elas convidam-nos a dirigir o olhar para Cristo, para experimentar a sua presença tranquilizadora. A cada um, seja qual for a condição em que se encontre, até a mais complexa e dramática, o Ressuscitado responde: "Não temas!"; morri na cruz, mas agora "vivo pelos séculos dos séculos"; "Eu sou o Primeiro e o Último. O que vive".


"O Primeiro", isto é, a fonte de cada ser e a primícia da nova criação: "O Último", o fim definitivo da história; "O que vive", a fonte inexaurível da Vida que derrotou a morte para sempre. No Messias crucificado e ressuscitado reconhecemos os traços do Anjo imolado no Gólgota, que implora o perdão para os seus algozes e abre para os pecadores penitentes as portas do céu; entrevemos o rosto do Rei imortal que já tem "as chaves da Morte e do Inferno" (Ap 1, 18).


2. "Louvai o Senhor porque Ele é bom, porque é eterno o Seu amor" (Sl 117, 1). Façamos nossa a exclamação do Salmista, que cantamos no Salmo responsorial: porque é eterno o amor do Senhor! Para compreendermos profundamente a verdade destas palavras, deixemo-nos conduzir pela liturgia ao centro do acontecimento da salvação, que une a morte e a ressurreição de Cristo à nossa existência e à história do mundo. Este prodígio de misericórdia mudou radicalmente o destino da humanidade. É um prodígio em que se abre em plenitude o amor do Pai que, pela nossa redenção, não se poupa nem sequer perante o sacrifício do seu Filho unigênito. Em Cristo humilhado e sofredor, crentes e não-crentes podem admirar uma solidariedade surpreendente, que o une à nossa condição humana para além de qualquer medida imaginável. Também depois da ressurreição do Filho de Deus, a Cruz "fala e não cessa de falar de Deus Pai, que é absolutamente fiel ao seu eterno amor para com o homem... Crer neste amor significa acreditar na misericórdia" (Dives in misericórdia, 7). Desejamos dar graças ao Senhor pelo seu amor, que é mais forte do que a morte e do que o pecado. Ele revela-se e torna-se atuante como misericórdia na nossa existência quotidiana e convida todos os homens a serem, por sua vez, "misericordiosos" como o Crucificado. Não é porventura amar a Deus e amar o próximo e até os "inimigos", seguindo o exemplo de Jesus, o programa de vida de cada batizado e de toda a Igreja?


3. Com estes sentimentos, celebramos o segundo Domingo de Páscoa, que desde o ano passado, ano do Grande Jubileu, também é chamado "Domingo da Divina Misericórdia". É para mim uma grande alegria poder unir-me a todos vós, queridos peregrinos e devotos provenientes de várias nações para comemorar, à distância de um ano, a canonização da Irmã Faustina Kowalska, testemunha e mensageira do amor misericordioso do Senhor. A elevação às honras dos altares desta humilde Religiosa, filha da minha Terra, não significa um dom só para a Polônia, mas para a humanidade inteira. De fato, a mensagem da qual ela foi portadora constitui a resposta adequada e incisiva que Deus quis oferecer às interrogações e às expectativas dos homens deste nosso tempo, marcado por grandes tragédias. Jesus, um dia disse à Irmã Faustina: "A humanidade não encontrará paz, enquanto não tiver confiança na misericórdia divina" (Diário, pág. 132). A Misericórdia divina! Eis o dom pascal que a Igreja recebe de Cristo ressuscitado e oferece à humanidade no alvorecer do terceiro milênio.


4. O Evangelho, que há pouco foi proclamado, ajuda-nos a compreender plenamente o sentido e o valor deste dom. O evangelista João faz-nos partilhar a emoção sentida pelos Apóstolos no encontro com Cristo depois da sua ressurreição. A nossa atenção detém-se no gesto do Mestre, que transmite aos discípulos receosos e admirados a missão de serem ministros da Misericórdia divina. Ele mostra as mãos e o lado com os sinais da paixão e comunica-lhes: "Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós" (Jo 20, 21). Imediatamente a seguir, "soprou sobre eles e disse-lhes: recebei o Espírito Santo; àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados, àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos" (Jo 20, 22-23). Jesus confia-lhes o dom de "perdoar os pecados", dom que brota das feridas das suas mãos, dos seus pés e sobretudo do seu lado trespassado. Dali sai uma vaga de misericórdia para toda a humanidade. Revivemos este momento com grande intensidade espiritual. Também hoje o Senhor nos mostra as suas chagas gloriosas e o seu coração, fonte ininterrupta de luz e de verdade, de amor e de perdão.


5. O Coração de Cristo! O seu "Sagrado Coração" deu tudo aos homens: a redenção, a salvação, a santificação. Deste Coração superabundante de ternura Santa Faustina Kowalska viu sair dois raios de luz que iluminavam o mundo. "Os dois raios segundo quanto o próprio Jesus lhe disse representam o sangue e a água" (Diário, pág. 132). O sangue recorda o sacrifício do Gólgota e o mistério da Eucaristia; a água, segundo o rico simbolismo do evangelista João, faz pensar no batismo e no dom do Espírito Santo (cf. Jo 3, 5; 4, 14). Através do mistério deste coração ferido, não cessa de se difundir também sobre os homens e as mulheres da nossa época o fluxo reparador do amor misericordioso de Deus. Quem aspira à felicidade autêntica e duradoura, unicamente nele pode encontrar o seu segredo.


6. "Jesus, confio em Ti". Esta oração, querida a tantos devotos, exprime muito bem a atitude com que também nós desejamos abandonar-nos confiantes nas tuas mãos, ó Senhor, nosso único Salvador.


Arde em Ti o desejo de seres amado, e quem se sintoniza com os sentimentos do teu coração aprende a ser construtor da nova civilização do amor. Um simples ato de abandono é o que basta para superar as barreiras da escuridão e da tristeza, da dúvida e do desespero. Os raios da tua divina misericórdia dão nova esperança, de maneira especial, a quem se sente esmagado pelo peso do pecado. Maria, Mãe da Misericórdia, faz com que conservemos sempre viva esta confiança no teu Filho, nosso Redentor. Ajuda-nos também tu, Santa Faustina, que hoje recordamos com particular afeto. Juntamente contigo queremos repetir, fixando o nosso olhar frágil no rosto do divino Salvador: "Jesus, confio em Ti". Hoje e sempre. Amém !!

domingo, 24 de abril de 2011


"Na Páscoa celebramos o memorial de Cristo ressuscitado. Hoje é dia de alegria, porque Jesus, o Salvador do mundo Ressuscitou. A Igreja celebra com tanta solenidade este dia, porque é o ponto alto da realização de nossa Redenção e também a confirmação da nossa fé. A ressurreição de Cristo não é uma mera curiosidade histórica, mas algo de enorme importância para todos nós. O dia de Páscoa, memorial da ressurreição de Jesus Cristo confirma as passagens da Bíblia sobre ele e de que ele, é o único caminho para o céu. E pegando nas palavras de Jesus: ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai a não ser por mim’. Efectivamente, Jesus Cristo, com sua morte, livrou-nos do pecado e reconciliou-nos com Deus, e pela sua ressurreição abriu-nos as portas de uma vida nova. Talvez esteja aqui a diferença e o fundamento da religião cristã: a ressurreição de Jesus, porque é o argumento principal da divindade de Cristo e da verdade de nossa fé. Por tudo isto, a Páscoa não é primariamente um conforto, mas um desafio de mudança de vida e acolhimento da Verdade"

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Amor pelos idosos


"Tenho visto muitas formas diferentes de tratamento aos idosos. Vejo filhos zelosos, que cuidam de seus pais com carinho e respeito, filhos que abandonam seus pais em asilos e outras instituições semelhantes, sem sequer visitá-los, filhos que fazem de tudo para melhorar a qualidade de vida de seus pais e filhos que só sabem reclamar de seus genitores e que não vêem a hora de livrar-se deles.

Sei que grande parte do cuidado dispensado ao idoso é fruto da educação dada ao filho, pois acredito que é de pequeno que se passa a maioria dos valores que um indivíduo carrega pela sua vida. Não que filhos bem educados não possam vir a se tornarem adultos ingratos, mas a regra costuma ser: ensinar o respeito hoje, para colhê-lo amanhã.
Vejo que há pais que fazem tudo que seus filhos exigem, pois os adultos sequer ensinam seus pequenos a pedir com educação. E se hoje as crianças são criadas mimadas, achando que o mundo deve servi-los apenas, quando seus pais se tornarem idosos serão vistos como um estorvo, pois estarão na fase de precisar de cuidados ao invés de serem os cuidadores.
Acho que se a célula familiar não cumpre sua função educadora, é mais difícil passar o conteúdo através da escola ou de campanhas do governo, pois o exemplo de casa é sempre muito marcante no desenvolvimento da criança. Acredito que uma forma de minimizar o problema seria se o governo incentivasse os pais a ensinarem seus filhos, seja fazendo palestras à comunidade ou distribuindo cartilhas. Se os pais fossem conscientizados, talvez percebessem que estão semeando hoje o filho omisso de amanhã.

Não adianta só dizer que o idoso merece respeito.
É preciso mais do que isso.
É preciso amor!"