segunda-feira, 28 de março de 2011


"Sonda-me, ó Deus, pois sei que nem eu me conheço,

não sei o que desejo e nem o que mereço,
que caminho seguir, que palavras dizer,
que sementes plantar e que frutos colher.
Tu que criaste, ó Deus, o coração humano,
imenso como o céu, profundo como o oceano,
podes sondá-lo bem, com poder e firmeza,
esquadrinhá-lo, enfim, na sua profundeza
e arrancar o que é mau: a vaidade mesquinha
e o ódio, como quem arranca a erva daninha,
que faz secar o verde e faz morrer a flor,
a humildade e a pureza, a submissão e o amor.
Sonda-me ó meu Senhor, com Teu olhar paterno,
e guia-me afinal pelo caminho eterno.
O caminho de paz, o caminho de luz
o caminho de amor de Teu Filho Jesus!
Que outro não há, bem sei, que nos conduz à calma.
Sonda meu coração e esquadrinha minh'alma,
mede o meu pensamento e a minha vida sonda,
que de Ti - ai, bem sei! - não há o que se esconda:
nem a estrela no céu, nem a haste no feixe,
nem o peixe no mar, nem o ímpio no peixe,
nem o orvalho na flor, nem a flor no caminho,
nem a concha na areia ou a rosa no espinho.
Tudo escutas, ó Pai, terrivelmente tudo,
do soluço mais grave ao riso mais agudo.
Sonda-me ... o Teu olhar é penetrante e terno,
a Tua voz é clara e o Teu Caminho eterno,
e eu sei que, após sondar-me, afinal me darás
a verdadeira paz, a procurada paz!"

segunda-feira, 21 de março de 2011

Conhece a caridade?


"Outro dia recebi um texto sobre a questão da caridade no nosso tempo. É certo que nunca em quaisquer outras épocas se fez tanta acção pelo próximo mas também nunca houve tanta necessidade.

Não gostaria de falar sobre como a caridade é boa para mundo mas gostaria de analisar o quanto ela faz bem a quem a faz. Pode parecer estranho mas acredito firmemente que o maior beneficiado de uma caridade é a quem a realiza e não quem a recebe. Quem é objecto da acção benevolente está precisando e por vezes aquilo é um paliativo para a situação que ele se encontra. Já o autor, fica embebido em aurea de graça e com um bem estar que perdura por um bom momento.
Muitos podem dizer que isso só acontece com alguns, mas insisto em dizer que quem realiza a caridade com o coração sem falso moralismo, sem querer nada em troca nem querer aparecer com aquele acto, experimenta um sentimento impar que chega a ser dificil de explicar e entender quem nunca sentiu-o. É como se realizando tal acto, tivessemos acesso a algo excelsio, maior que nós, e este por sua vez nos trouxesse uma paz, uma alegria tamanha que nos faz esquecer de tudo mais e perceber o quanto somos mesquinhos em pensarmos que os nossos problemas são maiores do mundo, que somos infelizes, etc. Não confundam isto como se fosse um sessão de choque onde vemos alguém pior que nós. NÃO !!!
É algo que trancende estas mesquiarinhas. É algo que nos põe em uma esfera maior que nosso pequeno mundo.
Por isso,voltando a idéia central do texto, é uma experiencia que todos nós poderiamos tentar e verificar por nós mesmos. Mas antes vale a ressalve que tentem fazê-lo com um certo anonimato. Isto porque se fizermos longe dos olhos de alguém, sem grandes conhecimentos, evitamos a vaidade, o bobo orgulho que pode nos apoderar e estragar toda esta alegria e extase que nos arrebaterá.
Enfim por que não dizer que todos somos responsaveis pelo o nosso mundo… Tudo que acontece de bom e ruim é consequencia das nossas acções, porque não saimos hoje da nossa condição passiva de só reclamar e não passamos de vez para acção. Convido a todos a doar algo, mesmo que seja velho, a ir a alguem que esteja triste e precisando de um ombro ou abraço.
Muitos pensam que a caridade se prende somente a doações materiais, apoios a pobres, etc. Mas muitas vezes existem pessoas de grandes posses que precisam de nossa caridade afectiva, pois passam por grandes provações. Tolo será quem julgar a caridade só pela doação, ela é muito mais desprendimento, abnegação pelo próximo. Não são poucas as situações que a vida nos pede um acto de amor pelo próximo, sendo este um abraço, um bom dia, uma palavra de coragem e incetivo, ou uma simples frase de “estou aqui, se precisar”…"


Que a Paz reine nos nossos corações.





terça-feira, 15 de março de 2011

O PREÇO DE UM SORRISO


Pesseio nas calçadas noturnas
Vejo corpos deitados em folhas de jornais
Olho o vento na praia brincando com areia nas dunas
E me pergunto aonde mora a paz
Talvez more nas calçadas!
Ou quem sabe debaixo das pontes
Tento entender essa criançada
E traço sua linha do horizonte
Em meio a tantos corpos
Uma voz cansada me sai do escuro
Talvez você me ache um louco
Mais se você me responder, saiu de traz desse muro
Quanto vale um sorriso
Me perguntou a voz muito baixinho
Falei que não a preço pra um sorriso
E ele estendeu um dedinho
Vês! Quantos sorrisos tem nesse pedaço de chão
Olhei ao meu redor, e vi apenas 3 ou 4 crianças
Acendeu a luz o menino então
E me respondeu, e aqui que mora a esperança
Por segundos meus olhos foram se enchendo
E transbordou em lagrimas meu rosto
Um sentimento de revolta em mim foi crescendo
E em minha boca, senti o sabor, com um amargo gosto
Então me sorriu o menino
O mais belos dos sorrisos que um dia eu vi
Na igreja tocava o sino
E eu me pus a sorrir
Dei meu preço a um sorriso
Por tantas vezes que deixei de sorrir
Paguei o menino, mais me falou que não era preciso
e disse-me algo que não entendi
tornei a lhe perguntar
e ele apenas apontou pra um canto
disse-me, que ali morava a esperança
mais a dor se fazia presente em meu pranto…



Carlos Alberto
Bebeto

quinta-feira, 10 de março de 2011

VOCÊ JEJUA VERDADEIRAMENTE NESTA QUARESMA.


Jejue de julgar os outros: descubra Jesus que vive neles.
Jejue de palavras que ferem: farte-se de frases que purificam
Jejue de descontentamentos: viva cheio de gratidão  
Jejue de ofensas e injúrias: farte-se de mansidão e paciência
Jejue de pessimismo: encha-se de esperança e optimismo
Jejue de preocupações: satisfaça-se de confiança em Deus
Jejue de lamurias e queixas: satisfaça-se com as coisas simples da vida.
Jejue de pressões: farte-se de oração
Jejue de tristeza e amargura: encha seu coração de alegria
Jejue de egoísmos: encha-se de compaixão pelo próximo.

Jejue de rancores: encha-se de atitudes de reconciliação.. 
Jejue de palavras: viva de silêncios para escutar a outros...

segunda-feira, 7 de março de 2011

Três Caminhos diferentes e uma só meta.


A Quarta-feira de Cinzas abre para nós três caminhos que nos auxiliam a chegar à mesma meta: a conversão.
Toda Liturgia apresenta a oração, o Jejum e abstinência, e o terceiro caminho a esmola. Mas, como estes três podem ser um itinerário de conversão? A conta parece contraditória mas não é: um mais um e mais um é igual a um. Oração, Jejum e esmola é igual a conversão.
A Oração nos chama à conversão em relação a Deus. Quem busca a oração se depara com a mais bela realidade de si mesmo , pois só Deus tem a verdadeira imagem de nós memos, e, a oração se torna um caminho de autoconhecimento à luz da graça divina. É nela que nos aproximamos mais de Deus e, consequentemente, de nós mesmos, de nossos anseios, nossas fraquezas, qualidades... Quem foge da oração, antes foge de si mesmo. Para entendermos São João 1, 4-5, nos diz que Deus é Luz. Ora, a Luz dissipa as trevas e revela o que há naquele ambiente: os móveis como estão, as teias de aranhas, as sujeiras, ou a limpeza que há, as roupas velhas e novas, etc.
O Jejum e a abstinência, nos chamam à conversão em relação a nós mesmos. Quem vive o jejum durante as sextas-feiras da quaresma começa a experimentar uma graça tão forte a limpar-nos de nossos desvios, desequilíbrios das paixões. Ao renunciar algo material (comestível ou não) não nos enfraquecemos, pelo contrário, fortalecemos as virtudes humanas e da graça para equilibra-nos e superar as nossas transgressões quanto ao amor próprio desmedido. Estamos mais aptos para vivermos a liberdade no amor e na verdade. Jejuar é readquirir a beleza interior que foi desprestigiada por nossos pecados.
Enfim, a Esmola nos chama à conversão em relação aos nossos irmãos. Dar a quem tem necessidade de ser assistido é sair de si, de seu egoísmo e construir a solidariedade. A esmola (por dinheiro ou outro valor) nos dá um novo olhar: o outro é meu irmão que precisa de minha atenção, meus cuidados, meu tempo, enfim, preciso de mim mesmo. Pois este é o maior presente que a esmola nos leva a dar: naquele pouco estamos dando a nós mesmos, como o fez Jesus na Cruz.

terça-feira, 1 de março de 2011

QUE A MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA O QUE FAZ A MÃO DIREITA


Todos somos filhos de Deus, criados à sua imagem e semelhança, devemos saber fazer o bem sem ostentação e isso tem um grande mérito.
Todo aquele que faz o bem deverá saber colocar-se acima da humanidade para renunciar à satisfação dos testemunhos dos homens e esperar a aprovação de Deus.
Aqueles que só fazem um benefício com a esperança que o beneficiado lhe fique eternamente grato e espalhe a toda a população que aquela pessoa lhe deu uma grande ajuda monetária ou não o que os torna vaidosos e orgulhosos, pois caso contrário não ajudariam. Para estes é mais importante a aprovação dos homens do que a de Deus.
Um dia Jesus disse: "os que fazem o bem com ostentação já receberam a sua recompensa” pois todo aquele que busca a sua glorificação na terra pelo bem que faz, já se pagou a si mesmo. Deus não lhe deve mais nada e só lhe resta receber a punição do seu orgulho.
Quando se ajuda alguém que necessita sem ostentação deveremos ter algum cuidado, porque para além da caridade material existe a caridade moral e deveremos ter em atenção não ferir a susceptibilidade daquele que ajudamos. Devemos saber fazer com que aceite toda a ajuda sem ferir o amor-próprio salvaguardando a dignidade humana. Pois há quem aceite um serviço mas recuse uma esmola.
Converter um serviço em esmola pela maneira como é prestado é humilhar aquele que recebe e há sempre orgulho e maldade em humilhar alguém.
Todo o choque moral aumenta o sofrimento provocado pela necessidade.
A verdadeira caridade é delicada e habilidosa pois sabe encontrar as palavras certas para colocarem o beneficiado à vontade e saber o benfeitor inverter os papéis encontrando um meio de parecer ele mesmo agradecido àquele a quem presta ajuda.
Isto é o significado destas palavras:


“Que a mão esquerda não saiba o que faz a mão direita”